Controle de Infecção Hospitalar
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Existe legislação referente a constituição de Comissão de Controle de Infecção para faculdade de odontologia? |
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As legislações de Controle de Infecção são a Portaria 2.616/98 e a Lei 9.431/97, e em Belo Horizonte a Lei Municipal nº 7.031, de 13 de janeiro de 1996 e suas Portarias Regulamentadoras. As orientações que damos é quanto a criação de CCIHs nos Estabelecimentos de Saúde incluindo aí, clínicas de hemodiálise, Hospital-dia e demais clínicas que tenham pacientes. Embora a Legislação fale em hospital, quando o Programa de CIH foi transferido para a competência da Vigilância Sanitária, foi ampliado o campo de atuação com a fiscalizxação dos estabelecimentos de saúde Nesta linha, é importante a odontologia no Controle de Infecção. Assim sendo, é importante também a formação da Comissão, pois os alunos sairão da universidade com mais consciência sobre o problema. Oficialmente, não se tem incluído a faculdade em si, mas a importância existe. |
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Como é a atividade do enfermeiro na CCIH? |
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O enfermeiro é sem dúvida, o profissional mais requisitado no CIH pelas tarefas que lhe são específicas. As tarefas do enfermeiro da CCIH, além da Vigilância Epidemiológica, são: elaboração de Normas e Rotinas e Supervisão do uso dos germicidas hospitalares; Supervisão do Serviço de Higiene e Limpeza Hospitalares; elaboração de normas e rotinas para procedimentos hospitalares, como por ex. curativos, além do controle dos egressos hospitalares. |
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Como compor uma comissão de controle de infecção hospitalar em um serviço de saúde? |
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Para orientação em como formar uma CCIH num hospital com pacientes hematológicos e oncológicos deve-se adotar as providências que estão na Portaria GM 2.616 de 12 de maio de 1998 no seu ANEXO I, ítens2.1,2.2, e 2.5.1, 2.5.1.3 e 2.5.1.3.1.5. Caso necessite de mais informações, contatar a Comissão de Controle Infecção Hospitalar do seu Estado ou a legislação específica do Município, se houver. |
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Existe necessidade de CCIH em clínica dermatológica? |
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Já estamos adotando o termo "Controle de Infecção em Serviços de Saúde" em vez de "Controle de Infecção Hospitalar", o que é mais abrangente (hospitais, clínicas e hospital-dia) Infelizmente o risco de se adquirir uma infecção não se restringe só a hospitais com internação, nem só os de procedimentos de maior complexidade. É um risco que se corre diante de qualquer procedimento, seja ele mais ou menos complexo Orientamos que seja constituída uma CCIH, seguindo a Portaria GM 2.616, de 12 de maio de 1998 , no que diz o item 2.5.1.5, ou seja, de "2h por dia para o enfermeiro e de 1h por dia para os demais profissionais", obedecendo os item 2.1, 2.2 e 2.3 do Anexo I. Uma outra sugestão é seguir os itens 2.5.1.6, 2.5.1.7 e 2.5.1.8 que fala da possibilidade de consórcio entre hospitais na constituição de uma CCIH. |
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Existe legislação referente ao programa de internação domiciliar, no que diz respeito à implantação de Comissão de Controle e/ou serviço de infecção hospitalar? |
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A portaria 2616 contempla o hospital dia, mas não existe obrigatoriedade para a criação de CCIH para o Programa de Internação Domiciliar. Todo serviço de saúde deve seguir as orientações contidas nas legislações vigentes (Portaria 2.616/98 e Lei 9.431/97). Quanto à limpeza e desinfecção, seguir o manual - Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde e a Lei 9.431/97 e, se houver, a legislação específica vigente no Município. |
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Qual seria a responsabilidade da CCIH com relação às ações para controle de infecção hospitalar nas clínicas e consultórios terceirizados que funcionam no mesmo prédio que o hospital? |
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Informamos que se o CGC (CNPJ) for diferente para as unidades citadas existe a necessidade de ter uma CCIH no hospital em conjunto. Pode ter consórcio (por escrito e registrado legalmente) entre os mesmos membros executores para trabalharem em todas as clínicas, mas os membros consultores têm que ser diferente. Sempre observando a relação de leito e proporção de horas. |
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Gostaria de receber informações sobre Consórcios de Hospitais e CCIH. |
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A legislação sobre controle de infecção hospitalar é a portaria 2.616/98. |
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Qual a responsabilidade da CCIH sobre os ambulatórios de um hospital? A quem compete a fiscalização e normatização dos diversos serviços que se utilizam os ambulatórios de um hospital geral? |
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Com relação aos ambulatórios hospitalares, a Visa informa que: se os ambulatórios forem do próprio hospital, a própria comissão de controle de infecção é atuante sobre eles. Caso os ambulatórios sejam particulares (cedidos) será necessário fazer um contrato para a atuação da comissão. |
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Gostaria de saber a legislação pertinente a controle de infecção e contaminação cruzada em consultórios odontológicos bem como se existe alguma regulamentação para o uso de barreiras de proteção nos equipamentos? |
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Não há uma Portaria específica para controle de Infecção em consultórios odontológicos. Existe a Portaria 2.616 de 1998 de Controle de IH em estabelecimentos de saúde que pode ser utilizado para consultórios odontológicos. |
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Gostaria de saber da resolução/portaria sobre a regulamentação de comissão de infecção hospitalar. Trabalho em uma unidade ambulatorial do governo e temos centro de cirurgia ambulatorial, odontologia, central de esterilização. Gostaria de saber da obrigatoriedade da formação de uma comissão de infecção. |
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Você pode consultar a Portaria 2.616/96 , que aborda toda a regulamentação da comissão de controle de IH. Como você tem cirurgia ambulatorial, você deverá formar sua CCIH. O hospital dia também não precisa, necessariamente, ter pacientes internados, no entanto, precisa de CCIH. Essa portaria também fala sobre o consórcio e se o seu hospital for pequeno, a Anvisa aconselha você consorciar-se com outra CCIH. |
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As Infecções Hospitalares são preveníveis? |
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A legislação que rege o Controle de Infecção é a Portaria 2.616/98 e a Lei 9.431/97. |
Existe uma publicação do INMETRO, que é a Norma N º NIT-DICLA-083, Critérios Gerais para Competência de Laboratórios Clínicos; também sugerimos a ABNT ISO/IEC GUIA 43-1 e 2, Ensaios de proficiência por comparações interlaboratoriais; NBR ISO/IEC 17025:2001, Requisitos Gerais para competência de laboratórios de ensaio e calibração; Boas Práticas de Laboratórios Clínicos (BPLC) e Listas de Verificação para Avaliação: 1998, Comissão Técnica de Análises Clínicas e de Patologia (CTLE-04) -INMETRO. Convidamos a visitar também a seção REBLAS - na pagina da Anvisa para que você conheça os trabalhos, bem como todos os procedimentos para a habilitação nesta Rede. Na seção, você encontrará, ainda, um item que chama "sites de interesse" onde poderá entrar na página do INMETRO para obteres os documentos.
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Quais são as normas para procedimentos em sala cirúrgica contaminada? |
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O manual de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, Ministério da Saúde/1994, continua em vigor. Quanto à sala de cirurgia você deve fazer a desinfecção apenas do local onde existir sangue ou outra secreção e depois fazer limpeza com água e sabão. |
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O que são bactérias emergentes e reemergentes? |
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Bactérias emergentes são aquelas cuja incidência nos seres humanos tem aumentado nas últimas décadas, por exemplo, cólera, campylobacter jejuni, legionella pneumophila , e.coli O157:H7, helicobacter pylori, chamydia pneumoniae , etc. Bactérias reemergentes são as que aparecem depois de uma diminuição significativa na incidência, por exemplo, tuberculose, peste, etc. |
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Gostaria de saber sobre: prevalência em hospitais brasileiros dos principais agentes infecciosos. |
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A Visa orienta que se procure literatura e publicações científicas a respeito do assunto no site www.ccih.med.br. |
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Em nosso hospital constatamos um elevado índice de infecção hospitalar respiratória, o que podemos fazer e quais medidas poderemos utilizar para diminuir esses índices? |
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Infecções Respiratórias Hospitalares estão relacionadas com o uso de ventiladores mecânicos, entre outras causas. Uma medida importante no sentido de se reduzir a incidência de Pneumonias Hospitalares, seria rever as indicações de ventilação mecânica, bem como o tempo de sua permanência. |
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Quais procedimentos considerados mais adequados à enfermagem circulante e médicos durante ato cirúrgico, no que diz respeito a minimizar as possibilidades de dispersar microorganismos. |
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Ato cirúrgico infectado não difere dos outros atos cirúrgicos em termos de rotina de enfermagem e limpeza, uma vez que devemos seguir orientações das precauções padrões A rotina a ser seguida é: - Limpeza de Equipamentos, piso, paredes, portas e etc.; - Controle de acesso e do trânsito de pessoas dentro da sala; - Controle da movimentação de portas; - Sistema de ventilação adequado; - Paramentação e escovação de mãos adequadas; - Ênfase na remoção mecânica quando ocorrer sujeiras provinientes do ato cirúrgico. |
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Considerando que a Portaria 2.616 não estabelece prazos para relacionar procedimentos invasivos e definição de IH, a Visa tem alguma orientação a esse respeito (exemplos: pós-cateterismo vesical, pós cirurgias em geral e após colocação de próteses)? |
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É sabido que alguns procedimentos como cirurgias em geral, cateterismo vesical, TOT e presença de cateter venoso central, predispõem ao maior risco de infecção hospitalar. De tal forma que, dentro da metodologia NISS, aplicada em alguns hospitais dos EUA, esses fatores de risco são levados em consideração quando elaboradas as taxas de infecção determinado-se, portanto, a "taxa de densidade de incidência" a um determinado fator de risco; Os denominadores são: cateter/dia, SVD/dia, respirados/dia, no componente de UTIs dessa metodologia. No componente cirúrgico, a taxa de infecção é dada em relação ao número de cirurgias realizadas Em cada serviço é possível determinar o fator de risco mais prevalente e estabelecer uma taxa. Como por exemplo num serviço de Oncologia, pode ser interessante obter as taxas de infecção relacionadas à Quimioterapia, presença de Cateter de Longa Permanência, etc. |
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Como implantar uma CCIH em um hospital? Qual a função dos integrantes deste serviço? Qual o melhor material de coleta de dados epidemiológicos? |
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A implantação de um programa de CIH (CCIH E SCIH) em uma unidade de saúde deve obedecer o determinado na Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998 - anexo I. Sem dúvida, o melhor método para coleta de dados é a busca ativa (realizada pelo profissional de saúde) que, entre outras vantagens sobre o método passivo, apresenta a oportunidade de se detectar um surto logo nos primeiros casos quando ainda é possível adotar medidas que possam controlar o surto. |
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Qual o melhor procedimento para se fazer uma notificação de infecção comunitária de uma gestante em trabalho de parto? Em prontuário especial ou no próprio prontuário habitual da maternidade? |
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A orientação para a notificação de qualquer infecção, seja comunitária ou hospitalar, é que a CCIH elabore uma ficha especialmente para a finalidade de notificação, onde constem: 1. Dados de identificação do paciente; 2. Data do início da infecção; 3. Origem da infecção: comunitária ou hospitalar; 4. Sítio da infecção; 6. Data da coleta de material para exame - cultura/antibiograma; 7. Data de início da antibioticoterapia; 8. Data de início de procedimentos de risco aos quais o paciente foi submetido. Além do preenchimento da ficha de notificação, todas as intercorrências, inclusive as infecções comunitárias, devem ser registradas no prontuário do paciente. |
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Escabiose é considerada infecção hospitalar? Quando adquirida no hospital, entra na estatística? |
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Não é uma infecção e sim uma infestação, assim como barata, rato, pragas de forma geral. Por não ser infecção não entra nos valores estatísticos. A CCIH tem que tomar medidas para prevenção e tratamento se houver esta infestação. |
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Gostaria de saber se mesmo o profissional utilizando todo EPI, poderá se contaminar com Sarcoptes scabiei (escabiose)? |
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A transmissão da escabiose ocorre por contato pessoa-pessoa, mas fômites podem ser implicados. (Referência:Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde - volume 1 / Antônio Tadeu Fernandes / Atheneu) |
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Quais as normas para prevenção e controle de infecções em endoscopia digestiva. |
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Temos um Grupo de Trabalho que está elaborando uma norma sobre o tema solicitado. Quanto ao controle de infecções pode-de fazer orientações relativas a limpeza e desinfecção dos endoscópios. Lavar com água e sabão e realizar desinfecção de alto nível. Tem-se disponível o glutaraldeído onde o endóscópio deverá ficar totalmente imerso por 30 minutos e, após esse tempo, deverá ser submetido a enxágüe abundante. |
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Qual o Risco de Contaminação de Medicação Multidose? |
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Alguns medicamentos, incluindo os de uso parenteral (injetáveis), podem ser comercializados em frascos contendo múltiplas doses. Isto significa que o medicamento poderá ser utilizado durante um período prolongado ou por mais de um paciente. Apresentações parenterais em frascos multidose não se resumem a anestésicos, podendo existir para antibióticos, antivirais, anticoagulantes, corticóides e outros. Este tipo de apresentação oferece a possibilidade de adequação de doses para pacientes de diferentes pesos, principalmente em pediatria, com menor perda do produto e conseqüente redução nos custos e no espaço necessário para armazenamento O registro destes medicamentos leva em consideração as "indicações terapêuticas, em conformidade com suas respectivas quantidades, com o objetivo de garantir a segurança e eficácia dos mesmos". A Portaria nº 112, de 19 de novembro de 1993, publicada pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, normaliza os procedimentos para fracionamento de medicamentos. A utilização de frascos multidose é universal e o risco de contaminação extrínseca, é muito reduzido, sendo estimado em 0,5 por 1000 frascos (Longfield 1984)1. Alguns artigos publicados na literatura científica registram, como principal causa da contaminação de frascos multidose, erros no manuseio dos frascos e na administração destes medicamentos 2,3,4,5,6. É importante ressaltar que esta contaminação pode ocorrer da mesma forma em frascos de dose única Procedimentos que apresentam risco de contaminação incluem: não conformidade com as recomendações dos fabricantes para refrigeração dos frascos após abertura; não realização de limpeza e desinfecção da borracha de acesso do frasco antes de sua utilização; contaminação da borracha de acesso pelo toque durante o uso; uso de seringas ou agulhas não estéreis ou mesmo reutilização destes artigos para aspiração do medicamento ou para sua administração; quebra da condição de esterilidade do medicamento pela manutenção de agulhas inseridas nas borrachas de acesso, entre os períodos de uso Desta forma, a modificação na apresentação dos medicamentos por si não é determinante na redução dos riscos de sua contaminação ou da transmissão cruzada de doenças como hepatite e SIDA. A prevenção da ocorrência de contaminação de medicamentos passa pela conscientização e educação dos profissionais de saúde, para a realização adequada de manuseio e administração de medicamentos, dentro das boas práticas já determinadas. |
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A Visa poderia enviar dados mais recentes sobre as taxas de IH no país? |
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No momento a Visa não possui esses dados, pois não tem um programa de armazenamento de dados de infecção hospitalar nacional. Estamos em fase final de um software (SINAISS), que será enviado primeiramente aos Hospitais Sentinelas e futuramente a todos os hospitais. Com esse programa a Anvisa terá como avaliar a taxa de IH dos hospitais por região e essas taxas ficarão em nossa página da Internet no futuro. |
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Existe algum dispositivo legal quanto à utilização de seringas de vidro nas instituições hospitalares? |
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Não há nenhum dispositivo legal que proíba a sua utilização. As seringas de vidro podem ser utilizadas nas instituições hospitalares. |
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O produto NONIL FENOL ETOXILADO pode ser usado? Há alguma contra indicação? |
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É preciso saber se esse produto está registrado na Visa e se faz parte dos princípios ativos indicados pela Portaria 15/88. Se tudo estiver correto, poderá ser utilizado. Precisa saber se é desinfetante ou detergente. Não esqueça que é preconizado a limpeza com água e detergente e só fazer desinfecção nos locais onde houver presença de matéria orgânica. |
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Como conseguir dados estatísticos atualizados sobre infecção hospitalar? Como receber as informações sobre cursos básicos em infecção hospitalar. |
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No Brasil não temos dados estatísticos atualizados. Em 1995 foi realizado o 1º Estudo Brasileiro de IH e publicado na Revista de Controle de IH. Essa revista está com edição esgotada, mas você poderá encontrá-la nas Faculdades de Medicina, Enfermagem e Farmácia ou nos Programas de CIH em cada Estado (Secretaria de Saúde) Quanto aos cursos, você terá que entrar em contato com o Estado/Município, pois eles poderão lhe dar maiores informações. A USP/SP já fez dois cursos de aperfeiçoamento e um de especialização, sendo que o último aconteceu em agosto de 2002. Ainda não sabemos se haverá curso esse ano, mais se isso acontecer eles comunicarão com antecedência. |
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Como reduzir a carga microbiana no ambiente da unidade de terapia intensiva, onde alguns pacientes permanecem por muito tempo no mesmo leito? |
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Checando a rotina de desinfecção da unidade do paciente; usando o álcool a 70%. Outra medida, se o paciente ficar muito tempo na UTI, também é o estabelecimento de rotina de troca da cama maca quando será realizada a lavagem e desinfecção da mesma, limpeza diária e de acordo com a necessidade do piso, balcões, equipamentos, etc.; com desinfecção dos locais onde houver presença de matéria orgânica, é outra forma de reduzir a carga microbiana. |
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Quantos dias um paciente pode ficar num mesmo leito na unidade de terapia intensiva? |
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Isso quem define é o SCIH. O importante é que seja feita limpeza diária do leito. |
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Qual o número atual de infecções hospitalares no Brasil (e se houver esta estimativa, no mundo)? Gostaria também dos índices por estado e área hospitalar com índices. |
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Você pode conseguir essas informações na Revista do Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da Saúde de 1995 (nº 2 Ano 2). Esta revista está disponível em todas as bibliotecas universitárias do País e possui a 1º Pesquisa Brasileira das Infecções Hospitalares. |
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Qual o percentual de infecção hospitalar admitido pela vigilância sanitária dentro de um hospital filantrópico? A partir de qual taxa uma comissão de infecção que trabalha dentro do hospital deve passar a se preocupar? |
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Não existe percentual de infecção hospitalar aceitável em nenhum hospital. Espera-se que não tenha infecção. Por outro lado isso é utópico, pois apenas 30% das IH são preveníveis; o restante é inerente ao paciente. Por exemplo, um paciente aidético tem maior chance de adquirir infecção do que um paciente hígido, assim como uma criança ou um idoso tem maior possibilidade de adquirir IH do que um jovem. Para um hospital saber se a IH está sob controle, ou não, ela precisa fazer vigilância constante para poder ter o que avaliar. Você entende que por apenas uma taxa não podemos dizer nada? Um hospital de queimados terá taxa de IH muito mais alta que uma maternidade. |
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De quem é a responsabilidade da limpeza de substâncias (sangue e outras secreções) na sala cirúrgica durante o ato cirúrgico, quando for necessário? A circulante da sala ou a pessoa da limpeza exclusiva do centro cirúrgico? |
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Essa limpeza da sala de cirurgia no trans-operatório é de responsabilidade da circulante. Aliás, é só uma desinfecção, pois ela retira apenas o material orgânico imediatamente após o acidente. A pessoa da higienização fará a limpeza concorrente ou terminal com supervisão da enfermagem. |
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Gostaríamos de informações sobre EPIs adequados para pacientes portadores de tuberculose. |
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No caso de atendimento a pacientes suspeitos ou portadores de doenças transmitidas por aerossóis como tuberculose, sarampo e varicela, uma das medidas mais efetivas para reduzir a transmissão intra-hospitalar é a ventilação apropriada. Os filtros HEPA podem auxiliar no controle da transmissão nosocomial da tuberculose, na medida que removem as partículas infectantes do ar. São considerados HEPA os filtros que conseguem remover 99,97% das partículas com 0,3 mm de diâmetro em suspensão. Considerando que essas partículas variam de 1mm a 5 mm de diâmetro, tais filtros podem ser utilizados com o propósito de removê-las Quanto à máscara, a recomendada é a do tipo N95, que possui uma capacidade de filtrar 95% das partículas menores de 5 micra. O seu custo é um pouco alto quando comparado com à máscara comum. A máscara tipo N95 pode ser utilizada por períodos longos pelo profissional que prestar cuidados ao paciente suspeito ou portador destas doenças, desde que se mantenham íntegras, secas e limpas. O ideal seria trocar diariamente. Na maioria dos hospitais, está máscara é adquirida à base de troca onde o funcionário entrega a máscara antiga para a chefia e recebe uma nova Em relação a outros equipamentos de proteção individual (EPIs), temos que utilizar as precauções padrão, que devem ser aplicadas no atendimento de todos os pacientes, na presença de risco de contato com sangue; todos fluídos corpóreos; secreções e excreções; pele com solução de continuidade e mucosas. |
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Há algum indicador, alguma proporção recomendável, do número de leitos destinados a "isolamento" de pacientes em função do número total de leitos do hospital? |
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Não existe essa orientação e você só vai precisar colocar o paciente em quarto isolado quando for isolamento respiratório. Portanto, isso vai depender de sua demanda. Esse quarto pode ser usado por outro paciente quando não houver paciente em precaução respiratória. |
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Como conseguir dados estatísticos sobre infecções hospitalares? |
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Você deve entrar em contato com a biblioteca da sua Faculdade ou com a Secretaria de Saúde do seu Estado (Programa de Controle de Infecção Hospitalar) para consultar a Revista do Controle de Infecção Hospitalar, vol. 1, ano 2, 1995, onde foi publicado o primeiro estudo brasileiro das infecções hospitalares. A Agência não tem mais exemplares para lhe enviar mas, na época, foram enviados exemplares para todas as bibliotecas das faculdades de medicina, enfermagem, farmácia e odontologia, como para os Conselhos de Classe. Portanto, em um desses locais você pode encontrar a revista para consultar. Como exemplo dos dados apresentados, na época, apenas 10% das IH eram diagnosticadas pelo exame micobiológico. |
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Como é feito a secagem de circuitos de respiradores? |
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A maioria dos hospitais faz a secagem dos circuitos com oxigênio, por ser mais acessível. No entanto, o oxigênio é um gás medicinal que possui outras funções no meio hospitalar, muito mais úteis, e seu custo é muito mais alto do que o ar comprimido. A padronização para a secagem desses circuitos continua sendo com ar comprimido. Fica a cargo da administração hospitalar em conseguí-lo, sendo que a maior dificuldade é esta. |
* Fonte: ANVISA.